Às vezes apercebo-me de que sou só uma.
Eu vou explicar: o facto de viver numa zona pequena e pacata, numa casa e num quarto só para mim - entre outros factores - pode-me dar uma sensação de um egocentrismo saudável ao equilíbrio psicológico - pois como estou inserida num ambiente que consigo dominar, e que por vezes quero extravasar, isso dá-me uma estável impressão da minha indispensabilidade, como se eu fosse inerente à harmoniosa manutenção contínua do ambiente em que vivo e dos seres que o constituem.

E então o que outrora o que eu sentia como um mundo pequeno demais para me satisfazer transforma-se num universo extenso demais para eu absorver no curto espaço de tempo que biologicamente me é dado (que circunstancialmente eu espero que seja assegurado) e tendo em conta as condições disponíveis (imposições sociais, limitações financeiras, escolhas pessoais, características de género, restrições morais, entre outras).
Bem, e aí começo a sentir que nunca conseguirei viver totalmente o universo por todas as perspectivas ou mesmo por uma só perspectiva em todas as vertentes de forma absoluta. Isto porque eu sou só uma.
Uma.
Uma mísera e delimitada uma.
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